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OS GRANDES EIXOS RODOVIÁRIOS E OS PORTOS FLUVIAIS: NOVAS ROTAS DO ESCOAMENTO DAS COMMODITIES

Thiago Oliveira Neto A proposta do governo brasileiro entre as décadas de 1960-1970 ficou centrada na construção das rodovias para estabelecer uma integração territorial. Esses projetos rodoviários não estavam desarticulados, havia, paralelamente à abertura das rodovias, a implantação dos projetos de extração de recursos minerais, florestais e de ocupação, por meio da colonização do Incra e das empresas privadas.  Após décadas da construção dessas rodovias e da retomada do projeto de conclusão de algumas parcialmente construídas e houve a inserção de novas dinâmicas agrícolas no país, com o aumento da produção de commodities agrícolas com o direcionamento de escoamento para o rio Amazonas com controle empresarial nos fluxos e na montagem de sistemas de engenharia portuários e demais fixos, de forma articulada, fomentaram o corredor de exportação de grãos pelo rio Madeira e outro pela rodovia BR-163 e o rio Tapajós.  O Estado não somente constrói grandes rodovias, como busca a conclusão

DINÂMICAS E PERMANÊNCIAS DO MOVIMENTO PENTECOSTAL EM PARAUAPEBAS: IGREJA EVANGÉLICA ASSEMBLÉIA DE DEUS (MISSÃO)

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Rodrigo Bruno de Sousa (Mestrando PDTSA) Prof. Dr. Jeronimo da Silva e Silva (Orientador) O Brasil é o país do samba, do futebol e sem dúvida dos cristianismos. Inicialmente o católico que se instalou juntamente com o processo de colonização. Perdurou até fins do século XIX, com a separação da igreja-estado (decorrente da proclamação da República). Essa hegemonia sofria inúmeras resistências, pois, segundo Sanches (2010), o catolicismo era visto como um instrumento que possibilitava, de um lado, a submissão dos povos conquistados e, de outro, a coesão da sociedade colonial (pg. 118). Portanto, temos a longa e complexa trajetória dos Cristianismos na sociedade: ortodoxo (sec. XI); protestante (sec. XVI), pentecostal (sec. XVIII) e neopentecostal (sec. XX).  A pesquisa toma como um dos elementos a fala do atual pastor presidente: “na região onde está localizada a maior mina a céu aberto do mundo, quis Deus que nesse lugar surgisse mais um grande movimento pentecostal no Brasil. Acrescent

AS MULHERES DA PASTORAL DA JUVENTUDE DA DIOCESE DE MARABÁ E OS DOGMAS CATÓLICOS

Carla Silveira Moraes (Autora), PPGHIST - UNIFESSPA, carla@unifesspa.edu.br Drº Jerônimo da Silva e Silva (Coautor), PPGHIST - UNIFESSPA, jeronimosilva@unifesspa.edu.br INTRODUÇÃO O presente trabalho faz parte da proposta inicial de construção da pesquisa no Programa de Pós Graduação em História, portanto trata-se de uma análise preliminar que objetiva refletir sobre a experiência religiosa das mulheres da Pastoral da Juventude da Diocese de Marabá entre os dogmas católicos e a construção da militância. Para tanto, utilizaremos a metodologia de história oral, conforme indicado por Verena Alberti (2004, p. 22), “a experiência histórica do entrevistado torna o passado mais concreto, sendo, por isso atraente na divulgação do conhecimento”, trata-se do fascínio do vivido, que apesar de ser ilusório já que é impossível reconstituir uma experiência passada tal como aconteceu, mas, ainda de acordo com Verena Alberti (2004, p. 22, grifo do autor), “quando bem aproveitada, a história oral tem,

DINÂMICAS DISCURSIVAS DE ARQUIVO MIDIÁTICO EM BLOGS DA MESORREGIÃO SUDESTE DO PARÁ

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ARAUJO, Kélia Lima dos Santos, Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Dinâmicas Territoriais e Sociedade na Amazônia (PDTSA) da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (UNIFESSPA), keliaaraujo@unifesspa.edu.br RIBEIRO, Nilsa Brito, Professora Doutora da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (UNIFESSPA), nilsa@unifesspa.edu.br Introdução Este trabalho tem como objetivo principal analisar discursivamente blogs de notícias da mesorregião Sudeste do Pará, destacando relações interdiscursivas com a mídia brasileira considerada hegemônica, na construção do arquivo midiático sobre as dinâmicas socioterritoriais da região. No percurso teórico-metodológico, buscamos fazer uma abordagem acerca do surgimento da mídia, pontuando novas práticas comunicacionais, como o Webjornalismo e os blogs. Selecionamos quatro blogs de notícias da mesorregião sudeste do Estado do Pará, sendo dois de Marabá-PA, um do município de Redenção-PA e um da cidade de Parauapebas-PA. Situamos nossas refle

A PRODUÇÃO IMOBILIÁRIA DE MERCADO EM MARABÁ: O BAIRRO PLANEJADO CIDADE JARDIM

MARCEL AFFONSO DE ARAÚJO SILVA Graduado em Direito pela UNIFESSPA RESUMO EXPANDIDO  Apresenta-se aqui um projeto de pesquisa em desenvolvimento, cujo objetivo é compreender a produção imobiliária de mercado em Marabá, uma cidade média do Estado do Pará, a partir do caso do bairro planejado Cidade Jardim.  Verifica-se que desde 2006, a cidade de Marabá tem sido cenário de intensivas transformações do espaço intraurbano. Destaque-se que muitas destas são viabilizadas a partir da iniciativa privada, que emprega o capital necessário para promover as metamorfoses espaciais, com profundos rebatimentos sociais, culturais e econômicos.  A incorporação de loteamentos urbanos, como os bairros planejados, de condomínios fechados, de shoppings centers, a construção de hotéis e redes de varejo, que passaram a fazer parte consideravelmente da paisagem urbana, como produto da ação conjunta de construtoras, incorporadoras e investidores com agentes locais (em especial, com proprietários de terra e emp

NOTAS INTRODUTÓRIAS SOBRE A PRODUÇÃO IMOBILIÁRIA HABITACIONAL DO SEGMENTO ECONÔMICO EM MANAUS (AM)

Fernando Monteiro Melo,  Programa de Pós-graduação em Geografia-PPGGEOG,  Universidade Federal do Amazonas,  fernando.monteirogeo@gmail.com Paola Verri de Santana, Programa de Pós-graduação em Geografia-PPGGEOG, Universidade Federal do Amazonas,  pvsantana@ufam.edu.br Na atualidade, a produção do espaço urbano tende a ser subordinada aos interesses do capital. Esse processo produtivo possui articulação direta com o padrão de acumulação do capitalismo contemporâneo, possuindo manifestações específicas sobre o espaço urbano produzido nas cidades e em distintas escalas de análise que variam do local ao global. Por se tratar também de um processo social, a produção do espaço tende a reproduzir de forma acentuada as contradições do capital, o que implica diretamente na forma de viver dos homens nas cidades contemporâneas. Isso porque, o espaço urbano produzido a partir dessa lógica tende a ser concebido enquanto mercadoria. Um espaço cada vez mais fragmentado e de desigual apropriação, em q